Table Of ContentaGE DE CARVALHO.
ROR
.(198Ó-1990) .
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.:N0' Ag~
contato inicial eomc trabalho de deCarva-
lho,parece depouca valiatentar vinculã-lo com excessiva
precisão aalguma dss tendências recentes dapoesia bra-
sileira. Fatoque de resto'sóapresenta vantagens pois, se.
por um lado, encontrar traços'que permit~ a.inclusão
em um conjunto, 'viaderegrafacillta aaproximação, por
ourm, tende a.simp1ifiçá-Ja, toraanda poprert\énte aca-
,nhada aamplitude da leitura e:allobra, 0àv6ntade, a
displicência, oachado entre 'súbjto ecasuàl, oeventual
, humor deum trocadilho láoseu tanto gratuito, orelato
de episódios que não ultrapassam oslimites do pessoal, '
atranscrição pura esimples desituações oraistoram com-
ROR
pondo aolongo das duas últimas décadas um panorama .
(1980·1990)
· dediluição em que erasempr~ bern-yindo mais um poe-
taeseu tesratn db çotidiano. Ebem verdade que es~asi-',
mação dãofoiex€lusiva,masconcemrou muitas atenções. '
Talvezomelhor daépoca, namaioria 'doscasos,nãoeste-
jaai,mas também. nãoestá rigidamente ligado aalguma
outra tendência.
-,.Entre essescasospode-se com certeza incluir odeAge
deCarvalho, .(')C),uenãoquer dizerque suapoesia nãodeixe
visíveisseusparentescos, ainda~ue is.toocorra d~modo
o
'~.àsvezesbastante énv.iesadQl. título ArqUItetura dosos-
SOi(tríplice título de urrrpoema.jie uma pane qe livro
edeumlivro), apresença recorrente dapedra eum'poe-
ma dedicado ajoão Cabral deMeloNeto podem deime-
diato sugerir cenas associações,No entanto, opoema "AI-
-quitetur;! dosossos" jáseiniciaCO/Ilaconjugação decons-
e
trução arrebatameuto noverso"'Edifico furioso estama-
a
nhã"~;e pedra estáeornnotável freqãêacialigada àsom, '
e
bFa àindag:J,çao.1Sehá um movimento de associação e
I '
afastamento em relação acertos marcos literários, movi-
•mento que emsii11jfninauma produção PQétiq, hátam-'
·bém outros movimentos tão ou mais im~onantes.
Seguindo' sua trilha, apoesia do autor deArena, areia,
apresenta sensíveismudanças nopercurso entre seuspri-
meiros eseusmaisrecentes poemas. Um.discursomais10n-
,'gó,um d~curso ínadSi1ilfl.amadoc~d(l!lJpOUÓl>apOl!lCOlu,
Ira
gárau~a maior contensâ'o, auma màior'discrição.Üar-
ranjo dosversos,um ououtro neologismo, taras manipu,
lações gráficaspermanecem como marcas expressivas da
Aredução nopreço deste livrofoipossível
luta com aspalavras. Emoutro âmbito, ainterrogação fla- I • L({] Livraria
pela co-edição patrocinada pela Secretaria
grante eveemente, asimagens' sucessivas eviolentas re- L({] Duas Cidades
de Estado da Cultura de SãoPaulo.
cuam diante dasugestão e,suas ressonâncias, daelipse e
seusentreabertos espaços..Epossivd arrolar constantes te-
i I ! . \
AGE DE CARVALHO
ROR
(1980"1990)
desenho de TbomasKussin
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Equipe de realização
Projeto de capaIilustração: Moema Cavalcanti
Projeto gráfico: Silvia Massaro
Revisão: Herbene Mattioli
Assessoria editorial: Mara Valles
Secretaria editorial: Gisela Creni
Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ROR
Carvalho, Age de, 1958- (1980-1990)
ROR: 1980-1990 I Age de Carvalho. - São Paulo:
Duas Cidades; Secretaria de Estado da Cultura, 1990.
(Coleção Claro Enigma)
Bibliografia
ISBN 85-235-0014-6
1.Poesia brasileira LTítulo.
11.Série.
90-0891 CDD-869-915
Índices paracatálogo sistemático:
1.Poesia: Século 20 :Literaturabrasileira 869.915
2. Século 20 :Poesia: Literatura brasileira 869.915
Copyright © Age de Carvalho
Direitos desta edição reservados
àLivraria Duas Cidades Ltda.
Rua Bento Freiras, 158 - São Paulo
01220 - Fone: 220-5134 I 220-4702
PEDRA-UM
(1990)
o
CÍRCULOna areia, o
que no
grão de
grande
há,
sim sens, não nens
a fala sem sentido
que é
isto: menos que
isto, isso
Ao meufilho, Pedra
[9]
MARAHU REVISITADO FILHO,
alegria de água
ruivo ruído menino
circulando pela sala,
De vê: cílio que se arrasta
palma em palma
e queima
abre-se
vírgula
a bananeira
contra a luz
ilegível, as reconciliadas
portas da cabana, o círculo
em novos círculos de água
que a pedra sonora inaugura
De palma em palma
ofertado instante presente
floresce um imaturo diálogo
do ramo calado das mãos
(10) [11)
PAI, uma edra A CAMINHO
distante
para chorar,
um argumentado lírio
jacente, sede clara
no jarro sem som,
Do
e esta conversa arvorada grande Verão, ãa
sobre a graça do branco -
abre a porta, saúda:
"jóias da
mobilidade' , o fumo de rosas
do atriurn parricio,
(in Marianne Moore)
início da primavera a contrabandeada estrela síria
que te acena Elena,
guerra
nos cabelos de Louise
torres de álcool folhas d'alba palmas abertas no sempre
Terra!
terra parente nos sapatos de Elias e Abraão
Saúda e agradece
Rernida, consolada
uma pedra
infartada sobrevoa o coração
[12] [13]
o
À BEIRA MOTOR DE BUDA
de si, mira
o rio contemporâneo
em Gars am Kamp
passando em ando, paisagem
Seguimos a seta - a Leste,
para o alto
leonado de nuvens,
lentas frases do barro
abençoando o caminho
De segunda, Grande
Marcha, roncando
sobe
a montanha
o pequeno Daihatsu
[14] [15J
o
PANAMÁ, a gravata PASSAGEM
fulva-murmurante
de algas, esquinas
para avisita tardia
à rue D'Ulm: estrelas
varridas do gabinete,
verõesapós, por ti Era julho
floresciam pedras
o Afogado de abril carregavasa sombra de um rio
(seabril era, data
incerta, Marte) Chamavam-nos
agosto, norte, ninguém
verões, por ti,
Após Irreconciliáveis
I
II
[16] [17]