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Caderno de Filosofia
e Psicologia da Educação
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
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Prof. Ms. Paulo Sérgio Cavalcante Costa
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Catalogação na publicação: Biblioteca Central da Uesb
100 Aprender – Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação. Ano 3, n. 5, jun./
A661a dez. 2005. Vitória da Conquista: Edições Uesb, 2006.
Semestral.
ISSN 1678-7846
1. Filosofia – Periódicos. 2. Psicologia. I. Universidade Estadual do Sudo-
este da Bahia. II. Título.
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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
A P R E N D E R
Caderno de Filosofia
e Psicologia da Educação
ISSN 1678-7846
APRENDER - Cad. de Filosofia e Psic. da Educação Vitória da Conquista Ano III n. 5 p. 3-188 2005
Copyright © 2006 by Edições Uesb
APRENDER – Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação
Caderno do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Ano III - n. 5, jul./dez. 2005
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NÚMERO ESPECIAL
Educação e Complexidade
SUMÁRIO
Introdução..............................................................................................7-12
Educação e Complexidade: conceitos e paradigmas
Educar para a complexidade: o que ensinar, o que aprender
Maria da Conceição Xavier de Almeida................................................. 15-29
Contribuições para uma pedagogia e práxis pedagógica na perspectiva
do paradigma da complexidade: um olhar epistemológico
Celso José Martinazzo............................................................................. 31-48
Complexidade: teoria e prática interdisciplinar
Virgínia Maria Fontes Gonçalves........................................................... 49-75
O caráter formador do pensamento complexo: suas implicações
éticas e a produção de novas subjetividades
Por uma pedagogia complexa: a reforma do sujeito cognoscente
Rita de Cássia Ribeiro..........................................................................79-100
Subjetividades e políticas de civilização
Edgard de Assis Carvalho..................................................................101-115
Complexidade, música e formação para a vida
Silmara Lídia Marton.......................................................................117-134
Educação, complexidade e pesquisa
Pesquisa em educação e as implicações éticas específicas desse
conhecimento
Eder Alonso Castro............................................................................137-154
Os (des)caminhos do método: uma nova reflexão sobre a finalidade
dos meios
Juremir Machado da Silva..................................................................155-163
O pensamento complexo e as implicações da transdisciplinaridade para
a práxis pedagógica
Ana Lina Cherobini e Celso José Martinazzo ....................................165-182
Normas para apresentação de trabalhos...................................183-186
NÚMERO ESPECIAL
Educação e Complexidade
INTRODUÇÃO
O que é educação? Em que consiste educar/educar-se? Quem
é o(a) educador(a)? A “simples” tentativa de responder a essas questões
vem, ao longo da história, exigindo gigantescos esforços de indivíduos,
culturas, civilizações. De fato, a educação (sua essência, seus métodos,
suas formas, suas finalidades) constitui-se em desafio permanente na
história da humanidade. Desde há muito tempo, nós buscamos a
construção de uma imensa “Paidéia” que, respondendo aos nossos
mais genuínos anseios e sonhos nos aproxime de nossa própria
realização/felicidade.
No longo itinerário percorrido pelo homo sapiens-demens, muitas
têm sido as formas de compreensão do fenômeno educacional e de
seus objetivos: transmissão de conhecimentos, troca de experiências,
infusão de idéias, aprendizagem de conceitos, abstração da realidade,
assimilação de conteúdos, apreensão de dados e fatos, adequação da
mente aos objetos exteriores, correto direcionamento das percepções
sensoriais, interiorização de valores, controle das emoções pelo intelecto,
objetivação das experiências subjetivas, moralização das consciências,
modo especial de socialização e preparação para a vivência da cidadania,
pensamento esclarecido, construção da personalidade, crítica da tradição,
etc. Todas essas concepções de educação tiveram e continuam tendo
8 Aprender - Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação
sua importância e seu lugar no interior das culturas que as produziram,
não obstante suas limitações.
Entretanto, a cultura moderna, ancorada no “grande paradigma
do Ocidente”, de inspiração cartesiana, está na origem de uma
concepção bastante limitada do conhecimento e, conseqüentemente,
de uma visão extremamente reducionista de educação. Nesta, promove-
se nítida dissociação entre sujeito e objeto, entre homem e natureza,
entre filosofia e ciência, entre ciência e arte, entre espírito e matéria,
entre sentimento e razão, entre qualidade e quantidade, entre ser e
essência, entre liberdade e determinismo, entre escola e sociedade.
Pensada dessa forma, a educação abdica de sua dimensão integral e
perde-se na busca de fragmentos isolados; elege o especialista como
protótipo “do que sabe”, embora mergulhado numa
hiperespecialização estéril; distancia o conhecimento acadêmico dos
saberes da tradição, recusando o necessário referencial da experiência
cultural; submete-se à prepotência da tecnocracia, secundarizando os
fundamentos humanísticos de toda e qualquer ciência legítima. Deste
modo, o paradigma da disjunção, da disciplinarização e da
simplificação, quando aplicado à educação degenera seu sentido mais
pleno. Ao separar aquilo que só se compreende em conjunto (a realidade
e o conhecimento desta) afasta-se a possibilidade de uma educação
integral do ser humano.
Entretanto, nestes últimos anos, com a crescente consciência de
que a realidade/o mundo/a sociedade/a vida são inerentemente
complexos, tem se tornado cada vez mais perceptível a insuficiência
do paradigma cartesiano da simplificação/redução/disjunção (já velho,
embora ainda dominante) no enfrentamento dos problemas atuais,
cada vez mais complexos. Assim, começam a tomar corpo idéias-
práticas que buscam religar as diferentes áreas do conhecimento, que
promovem o abraço dos saberes, que constroem experiências
multidisciplinares e que buscam diminuir as distâncias entre teoria e
prática. Aos poucos, também estamos vendo ampliar-se a percepção
da complexidade inerente à educação, este permanente processo de
Introdução 9
humanização dos indivíduos e das culturas que envolve todas as
dimensões do existir-humano-no-mundo, em suas múltiplas formas.
Os dias atuais são experimentados como tempo de crise. Isto
significa dizer que tudo está em ebulição. O sólido dissolve-se no ar,
crescem as incertezas e, juntamente com elas, as angústias. À medida que
suportamos com maior dificuldade os problemas de nosso tempo, mais
sentimos necessidade de novos caminhos, novas abordagens do real.
Por isso, é vital a emergência e a promoção de um pensar
complexo, tal como proposto e praticado por Edgar Morin, “artífice
e construtor” do método complexo que, quando aplicado à educação,
permite-nos e exige-nos: a) perceber e assumir o erro e a ilusão como
inerentes ao conhecimento humano; b) descobrir a relação entre as
partes e o todo e o valor do contexto na experiência do conhecimento;
c) aprender e ensinar a condição humana, isto é, a unidade e a diversidade
(unitas multiplex) que constitui todo ser humano; d) aprender e ensinar a
identidade terrena, pois todos partilham um destino comum e, portanto,
a solidariedade deve se tornar marca comum entre os humanos que
habitam a Terra-Pátria; e) assumir as incertezas como parte da vida e
do conhecimento humanos, buscando construir estratégias de
enfrentamento destas; f) aprender e ensinar a compreensão como
formas de superação do racismo, da xenofobia e dos desprezos; g)
aprender e ensinar a ética do gênero humano (“antropo-ética”), que
consiste em assumir o caráter ternário da condição humana (indivíduo/
sociedade/espécie) por meio do controle mútuo entre a sociedade e
os indivíduos, pela democracia e concebendo a Humanidade como
comunidade planetária.
Desse modo, a Rede de Estudos da Complexidade (Recom/
Uesb) louva a iniciativa do APRENDER que, em sintonia com as
novas emergências teórico-práticas no campo da Educação e com o
intuito de contribuir no aprofundamento de reflexões comprometidas
com a promoção e a construção de experiências pedagógicas cada
vez mais humanizadas e humanizantes, dedica este número especial ao
tema Educação e Complexidade. Os artigos aqui contidos defendem
10 Aprender - Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação
uma postura que visa à superação das dicotomias sujeito-objeto,
homem-mundo, mente-corpo, racionalidade-afetividade... tão
características do paradigma ocidental cartesiano e discutem a instauração
de um modelo de racionalidade e de educação mais aberto e sem
pretensões epistemológicas totalizantes.
Em Educar para a complexidade: o que ensinar, o que
aprender, Maria da Conceição de Almeida, partindo da afirmação de
que a ciência não representa a totalidade do conhecimento e que,
portanto, o conhecimento não pode reduzir-se aos resultados das
pesquisas científicas, preconiza uma educação para a complexidade
cujo ideário seja capacitar os cidadãos para conviverem com a incerteza
e a tirar bom proveito dela, além de transformar a sala de aula em
lugar para discutir e experimentar, também, os valores éticos da
responsabilidade com a vida, com a amizade, com a justiça e com a
felicidade humana.
Celso José Martinazzo, em Contribuições para uma pedagogia
e práxis pedagógica na perspectiva do paradigma da
complexidade: um olhar epistemológico, apresenta o paradigma
da complexidade como fomentador de uma nova pedagogia capaz
de desenvolver nos educandos competências cognitivas
multidimensionais que contextualizem, articulem e religuem a
diversidade dos conhecimentos humanos.
O texto Complexidade: teoria e prática interdisciplinar, de
Virgínia Maria Fontes Gonçalves, discute uma visão interdisciplinar da
complexidade, ancorada em diversas áreas de conhecimento,
enfatizando pontos convergentes e divergentes entre três linhas de
pesquisa em complexidade (a algorítmica, a determinística e a
agregativa), bem como estabelece um vínculo entre educação e
complexidade a partir da linha de pesquisa em complexidade agregativa.
O artigo Por uma pedagogia complexa: a reforma do sujeito
cognoscente, de Rita de Cássia Ribeiro, parte do método complexo
de Edgar Morin e do sistema de criação de valores de Tsunessaburo
Makiguchi para propor a construção de uma pedagogia complexa,
Description:A P R E N D E R. Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação. ISSN 1678-7846. APRENDER - Cad. de Filosofia e Psic. da Educação Vitória da Complexity. Referências Bibliográficas. ALMEIDA, M. da C. de. Cumplicidade, complexidade, (com)paixão. In: ______ et al. Ética, solidariedade e