Table Of ContentUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Educação
PAOLA SANFELICE ZEPPINI
POR UMA EDUCAÇÃO LIBERADORA: ALIANÇAS CONCEITUAIS ENTRE DELEUZE
E BERGSON
CAMPINAS
2017
PAOLA SANFELICE ZEPPINI
POR UMA EDUCAÇÃO LIBERADORA: ALIANÇAS CONCEITUAIS ENTRE DELEUZE
E BERGSON
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Educação da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas
para obtenção do título de Doutora em
EDUCAÇÃO, na Área de FILOSOFIA E
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, no âmbito do
Acordo de Cotutela firmado entre a UNICAMP e a
UNIVERSITÉ DE ROUEN (FRANÇA)
Orientador: SÍLVIO DONIZETTI DE OLIVEIRA GALLO
Coorientador: HUBERT VINCENT
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À
VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA
PELA ALUNA PAOLA SANFELICE
ZEPPINI E ORIENTADA PELO PROF.
DR. SÍLVIO DONIZETTI DE OLIVEIRA
GALLO
CAMPINAS
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
TESE DE DOUTORADO
POR UMA EDUCAÇÃO LIBERADORA: ALIANÇAS
CONCEITUAIS ENTRE DELEUZE E BERGSON
Autor: Paola Sanfelice Zeppini
COMISSÃO JULGADORA:
Sílvio Donizetti de Oliveira Gallo [Orientador]
Hubert Vincent [Coorientador]
Luiz Benedicto Lacerda Orlandi
Danilo Augusto Santos Melo
Gonzalo Patrício Montenegro Vargas
Roberto Duarte Santana Nascimento
A Ata da Defesa assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica do aluno.
2017
Ao Edu Fortes, companheiro
generoso que me ajuda a aprender,
com leveza e alegria, que a vida é
seguir pelas estradas, sendo, nós
mesmos, estradas.
Agradecimentos
Ao prof. Sílvio Gallo, que me acompanhou ao longo desses anos de trabalho. Agradeço pela
orientação e também pela maneira cuidadosa com que me mostrou que a experiência acadêmica
pode ser mais leve.
Ao prof. Hubert Vincent, por me receber na Université de Rouen e também por coorientar essa
pesquisa durante meu estágio de doutorado na França.
À profa. Andrea Díaz Geniz, por me receber na Universidad de la República e ao prof. Enrique
Puchet, por me acompanhar em minhas leituras sobre Bergson durante minha missão de
estudos no Uruguai, a quem agradeço também por toda atenção e inspiração que a distância não
fez diminuírem.
Ao prof. Luiz B. L. Orlandi, pela participação na banca de defesa, pelas sugestões no exame
de qualificação e, sobretudo, por todo afeto e generosidade com que me acolhe ao longo dos
últimos dez anos. A paciência e a confiança a mim dedicadas nas pesquisas de mestrado, bem
como o amor com que compartilha seus estudos sobre Deleuze, foram e são de importância
inestimável em todo meu percurso.
Às professoras Alexandrina Monteiro e Gláucia Maria Figueiredo Silva, pela leitura atenta e
pelas sugestões preciosas no exame de qualificação. Agradeço-as também, assim como ao prof.
Alexandre Filordi de Carvalho por aceitarem compor a suplência da banca de defesa.
Aos professores Gonzalo Montenegro e Roberto Duarte Santana Nascimento, por
participarem da banca de defesa e também pela forma carinhosa e gentil com que me apoiaram
ao longo do mestrado e do doutorado. Agradeço pela amizade e por tantos bons encontros.
Ao prof. Danilo Augusto Santos Melo, pela disponibilidade e por aceitar participar da banca
de defesa.
À minha mãe, Eloisa Cristina Sanfelice, por todo amor com que me apoia em minhas escolhas
e por ser exemplo de uma boa composição entre coragem, força e generosidade.
Ao meu pai, Marco Antônio Zeppini, por seguir presente.
À minha irmã, Alessandra Sanfelice do Amaral Sampaio, por me amparar e apoiar em uma
das mais duras batalhas que já enfrentei. Agradeço também ao Guilherme Coalho pela acolhida
e à Camille Sampaio Santana Branco, por existir e por trazer mais alegria para minha vida.
Ao Edu Fortes, pela cumplicidade, pelo amor e pela paciência. Agradeço pela abertura de
mundos e por ser como é.
Aos meus sogros, Aparecida Maria Pussu Fortes e Antonio Manoel Teixeira Fortes, pelo
carinho e generosidade de sempre. Agradeço também à tia Tata, Mercedes Pussu, pelo cuidado
e por facilitar nossa estada na França.
Aos amigos e amigas que fazem nossos dias melhores, Simone Taraborelli, José Francisco
Paraíso Ferraz Filho, Vanessa Perim Leal, Luis Leal, Fernanda Aparecida da Silva, Luciana
Taraborelli, Rony Deikson Macedo Santana, Maria Eugênia, Paulo e Pedro Batagini.
Agradeço pelas risadas que alimentam o corpo e a alma. À Carolina Gomes Ferreira Giannini
pela parceria, pelo amor e por saber que posso contar com você sempre. À Flávia Machado e
à Regiane Pavanello, pelo companheirismo afetuoso, pela amizade e também pela forma
amorosa como estão sempre presentes. À Pamela Zacharias, pelo bom encontro nesta
travessia.
À Natalia Barraco Mastrángelo e Máximo Rodrigo Nuñez, pelos mates e pela amizade que
ultrapassa fronteiras. À Silvia Mastrángelo, ao Daniel Barraco e à sua incrível família, pela
doce e calorosa acolhida no Uruguai.
Àqueles que fizeram de nossa vida na França um momento do qual lembrar nos faz sorrir,
Robin Berland e seus filhos Abram e Sibile, Érick Philippe, Patricia Anquetil, Sigrid Daune,
Jean-Michel Triay, Marie Ménival, Olivia Jagar, Valdson Carreiro e Alynne Mendonça.
Ao Giovane Fernandes, pelas conversas, cafés e risadas que tornaram os dias frios de Rouen
mais divertidos. Agradeço também o presente que foi fazer a revisão linguística desta tese.
À Luciana Rodrigues, à Nadir Aparecida Gomes Camacho, à Lígia de Andrade Cunha e a
toda equipe da FE-Unicamp, pela competência e gentileza em seus serviços.
E, por fim, mas não menos importante, à CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior, que financiou essa pesquisa por 35 meses e possibilitou o
desenvolvimento da missão de estudos no Uruguai e o estágio doutoral na França.
RESUMO
No âmbito da crítica feita por Gilles Deleuze à imagem dogmática do pensamento em proveito
da criação de outras maneiras de se dar o que significa pensar, deslocamentos podem ser
operados no sentido de verificar ressonâncias produtivas entre a filosofia e outras formas de
produção de conhecimento. Em meio a problemas que se impõem ao campo da educação, este
trabalho busca pensar as possibilidades de uma educação marcada por movimentos liberadores
de outras maneiras de pensar e que sejam capazes de abrir processos de criação de maneiras
mais potentes e alegres de viver. Para tanto, parte-se da aliança conceitual estabelecida entre
Gilles Deleuze e Henri Bergson para verificar de quais modos o método da intuição permite
afirmar a importância dos problemas e da forma como são colocados, para afirmar também a
necessidade de que cada partícipe de uma processualidade educacional possa por em pauta os
questionamentos vitais que o atravessam. As diferenças existentes entre o saber como resultado
e o aprender como processo levam à problematização da noção de sujeito e a afirmação da vida
como movimento de criação e de diferenciação constante, de modo que a crítica bergsoniana
às formas de conhecer, aliada às conceituações deleuzeanas sobre atual e virtual e também
sobre os processos de individuação, permite pensar a liberação que nos interessa em termos de
aumento de capacidade receptiva e disparação de conexões inusitadas. Trata-se de afirmar nossa
capacidade de potencializar o diferir de si mesmo que nos constitui e o aprender como operador
intensivo que conecta movimentos de organização e de explosão criativa. Ao nos deslocarmos
entre pontos de vista lançados por uma filosofia da diferença, podemos, por fim, pensar uma
educação liberadora que possibilita processos criativos de abertura concreta de novos modos
de pensar e de viver.
Palavras-chave: DELEUZE, Gilles; BERGSON, Henri; Intuição; Problema; Criação.
ABSTRACT
Within the context of Gilles Deleuze critique to the dogmatic image of thought in support of
the creation of other ways of grasping the meaning of what it is to think, displacements may be
produced so as to ascertain productive resonances between philosophy and other forms of
knowledge production. Amidst questions which impose themselves to the field of education,
this thesis aims to think about the possibilities of an education marked by movements that
liberate other ways of thinking and are capable of triggering processes which lead to the creation
of more potent and happier ways of living. In order to achieve this, our analysis starts out with
the conceptual alliance established between Gilles Deleuze and Henri Bergson, so that we may
ascertain in which ways the method of intuition enables one to affirm the importance of not
only the questions themselves, but also the way in which they are posed; and thus also affirm
how necessary it is for a participant of an educational process to be able to raise vital questions
that they may be going through. The existing differences between knowledge as a result and
learning as a process lead to challenging of the notion of subject and to the affirmation of life
as an ongoing creation and differentiation movement, in such a way that the Bergsonian critique
to the forms of knowing, along with the Deleuzian concepts of actual and virtual, as well as his
concept of individualization processes enable one to conceive the liberation that interests us in
terms of the receptive capacity increase and of the triggering of unusual connexions. That is, to
affirm our capacity to bolster the act of differing from oneself, which constitutes us, and the act
of learning as an intensive operator that connects movements of organization and of creative
explosion. As we move through standpoints put forth by a philosophy of difference, we may,
at last, conceive of a liberating education that allows for creative processes that concretely
develop new ways of both thinking and living.
Keywords: DELEUZE, Gilles; BERGSON, Henri; Intuition; Question; Creation
RESUME
La critique deleuzienne de l’image dogmatique de la pensée vise à la création d’autres manières
de concevoir ce que signifie penser. Une telle critique nous permet d’opérer certains
déplacements afin de vérifier les résonances productives entre philosophie et d’autres formes
de production de la connaissance. En ce qui concerne les problèmes s’imposant au domaine de
l’éducation, le but du présent travail consiste à penser les possibilités d’une éducation marquée
par des mouvements qui dégagent d’autres manières de penser capables de frayer la voie à des
processus de création visant à d’autres formes de vie plus puissantes et joyeuses. Pour ce faire,
on partira de l’alliance conceptuelle établie entre Gilles Deleuze et Henri Bergson afin de
vérifier de quelle manière la méthode de l’intuition permet de mettre en évidence le rôle central
des problèmes et la façon dont on les pose, cela dans le but d’affirmer la nécessité pour chaque
participant d’une processualité éducationnelle de soulever les questionnements vitaux qui le
traversent. Les différences existantes entre le savoir en tant que résultat et l’apprendre en tant
que processus, nous conduiront à remettre en question la notion de sujet et à affirmer la vie
comme un mouvement de création et de différenciation constante, de sorte que la critique
bergsonienne des formes dominantes de la connaissance, articulée aux conceptualisations
deleuziennes concernant l’actuel et le virtuel, ainsi qu’aux processus d’individuation, nous
permettra de penser la libération éducationnelle en termes d’augmentation de la capacité
réceptive et de déclenchement de liaisons inattendues. Il s’agit en effet d’affirmer notre capacité
de renforcer la différenciation de soi-même qui nous constitue et l’apprendre comme opérateur
intensif qui relie les mouvements d’organisation et d’explosion créative. En nous déplaçant
entre les points de vue ouverts par une philosophie de la différence, nous pouvons, enfin, penser
une éducation libératrice qui rend possible des processus créatifs d’ouverture concrète de
nouveaux moyens de penser et de vivre.
Mots-clés : DELEUZE, Gilles ; BERGSON, Henri ; Intuition ; Problème ; Création.
Description:Un enfant qui apprend facilement. Em suma, o hilemorfismo é um pensamento do ser constituído, incapaz de pensar um processo http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/13_02_2012_10.54.50.a0ac3b8a140676ef8a.