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“Há políticas culturais para os índios e há polítíc^ié -
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culturais dos índios. Não são a mesma coisa.” O presèfiji ? .
livro reúne dezenove ensaios que procuram distingi
debater as políticas culturais feitas para os índios, as
pelos índios e aquelas que de alguma maneira os eny<B ís®v
São observadas não apenas tais políticas, mas também
pontos de cruzamento e seus efeitos conjugados.
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ISBN 978-85-393-0617-6
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editora
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FOR
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Presidente do Conselho Curador
Mário Sérgio Vasconcelos
Diretor-Presidente
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Superintendente Administrativo e Financeiro
William de Souza Agostinho
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Milton Terumitsu Sogabe
Newton La Scala Júnior
Pedro Angelo Pagni
Renata Junqueira de Souza
Rosa Maria Feiteiro Cavalari
Editores-Adjuntos
Anderson Nobara
Leandro Rodrigues
MANUELA CARNEIRO DA CUNHA
PEDRO DE NIEMEYER CESARINO
(Orgs.)
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olíticas culturais
E POVOS INDÍGENAS
editora
unesp
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[email protected]
CIP - Brasil. Catalogação na publicação
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
P829
1.ed.
Políticas culturais e povos indígenas / organização Manuela Carneiro
da Cunha, Pedro de Niemeyer Cesarino. - 1.ed. - São Paulo: Editora
Unesp, 2016.
ISBN 978-85-393-0617-6
1. Antropologia. 2. Etnologia. 3. índios do Brasil - Usos e costumes.
I. Cunha, Manuela Carneiro da. II. Cesarino, Pedro de Niemeyer.
15-29203 CDD: 305.898
CDU: 316.347(8)
Editora afiliada:
jlBSW
Aaortaclon dc Edilori-k» Universitárias Associação Brasileira de
de América Latina y ri Caribe Editoras Universitárias
Sumário
Políticas culturais e povos indígenas -
Uma introdução 9
Manuela Carneiro da Cunha
PARTE I Cultura, património,
CONHECIMENTO E XAMANISMO
1. Transformações da cultura no Alto Rio
Negro 25
Geraldo Andrello e Tatiana Amaral S. Ferreira
2. Património agricultural e modernidade no
Rio Negro (Amazonas) 59
Laure Emperaire
3. A internacionalização do kampô (via
ayahuasca): difusão global e efeitos locais 91
Edilene Coffaci de Lima
4. “Perguntas demais” - Multiplicidades de
modos de conhecer em uma experiência de
formação de pesquisadores Guarani Mbya 113
Joana Cabral de Oliveira e Lucas Keese dos Santos
6 MANUELA CARNEIRO DA CUNHA E PEDRO DE NIEMEYER CESARINO (ORGS )
5. Ritual, “cultura” e transformação: a Festa do
Jacaré entre os Arara de Rondônia 135
Júlia Otero dos Santos
6. Não cutuque a cultura com vara curta: os
Palikur e o projeto “Ponte entre Povos” 165
Artionka Capiberibe
7. Conhecimento indígena e seus conhecedores:
uma ciência duas vezes concreta 195
Marcela Stockler Coelho de Souza
8. Observações sobre o processo de
patrimonialização dos Kene Huni KuT 219
Joaquim Maná de Lima, José Benedito Ferreira Kaxinawa,
Marcos de Almeida Matos e Paulo Roberto Nunes Ferreira
9. A descoberta da cultura pelos Maxakali e seu
projeto de pacificação dos brancos 241
Marina Guimarães Vieira
10. Sobre alguns modos de usar a cultura dos
Outros 257
Nicole Soares-Pinto
11. Xamanismo e novas circulações de
conhecimento na Amazônia indígena 287
Pedro de Niemeyer Cesarino
PARTE II - Escola e língua
12. A cultura nas escolas indígenas 313
Clarice Cohn
13. Reflexões e experiências de um estudante-
-liderança: sobre algumas políticas educacionais
indígenas no Alto Rio Negro 339
Maximiliano Menezes e Raphael Rodrigues
POLÍTICAS CULTURAIS E POVOS INDÍGENAS 7
14. A demarcação das línguas indígenas no
Brasil 363
José R. Bessa Freire
1 5. Kagaiha akisú etlbepúgú - A chegada da
língua dos brancos 391
Mutuá Mehinaku
16. De “povos ágrafos” a “cidadãos
analfabetos”: as concepções teóricas subjacentes
às propostas educacionais para os povos
indígenas no Brasil 435
Maria Elisa Ladeira
17. A formação de professores indígenas na
U FMG e os dilemas das “culturas” entre os
Xakriabá e os Pataxó 455
Ana Maria R. Gomes e Shirley Aparecida de Miranda
1 8. Os Terena e o ensino superior para indígenas
no Mato Grosso do Sul 485
Augusto Ventura dos Santos e Luiz Henrique Eloy Amado Terena
19. A escola como problema: algumas
posições 509
Dominique Tilkin Gallois
Políticas culturais e povos indígenas
Uma introdução
Manuela Carneiro da Cunha
Há políticas culturais para os índios e há políticas culturais dos índios.
Não são a mesma coisa. E há ainda muitas outras políticas culturais, nacio
nalistas ou new age, por exemplo, que se valem dos índios, como atesta o
exemplo da difusão do kampô dos Katukina (E. Lima).1
O que nos interessa são os modos como as políticas dos índios, para os
índios e que se valem dos índios se entrelaçam e se conjugam para produzir
efeitos. São efeitos às vezes visíveis a olho nu e às vezes sutis, difíceis de perce
ber e mais ainda de antecipar. Alguns são generalizáveis em alguma medida,
outros resultam de cada povo e de cada momento de sua história. A conclusão
é que se deve pisar com cuidado e que, enquanto os números agregados são a
via preferencial das políticas, é pela etnografia que elas são testadas.
Elogio do estranhamento
Este livro é, por isso mesmo, assentado em etnografias. Qual é seu valor?
Antes de mais nada, acautelar-nos diante de generalizações. Se há seme
lhanças, sem dúvida, entre sociedades indígenas no Brasil, até entre aquelas
distantes no espaço e linguisticamente desconectadas, essas conexões não
resultam em homogeneidade. Não se podem generalizar conclusões, como
1 Nomes de autores sem datas referem-se a artigos contidos neste volume.