nadia nogueira

315 Pages·2007·1.58 MB·Portuguese

NADIA NOGUEIRA

LOTA MACEDO SOARES E ELIZABETH BISHOP: AMORES E
DESENCONTROS NO RIO DOS ANOS 1950-1960

Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de
História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
da Universidade Estadual de Campinas sob orientação
da Profa. Dra. Luzia Margareth Rago.

Este exemplar corresponde à redação final
da tese defendida perante a Comissão
Julgadora em /12 / 2005.

BANCA

Profa. Dra. Luzia Margareth Rago (orientadora)

Profa. Dra. Tania Navarro Swain

Profa. Dra. Maria Hercília Pacheco Borges

Profa. Dra. Maria Suely Kofes

Profa. Dra. Carmen Lucia Soares

SUPLENTES

Profa. Dra. Leila Mezan Algranti

Profa. Dra. Marilda Ionta

Prof. Dr. Fábio Lopes

DEZEMBRO / 2005

1
u
Yv:cÁ..>
0( p DF
NADIA CRISTINA NOGUEIRA
LOTA iVIACEDO SOARES E ELIZABETH BISHOP: AMORES E
DESENCONTROS NO RIO DOS ANOS 1950-1960
Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de
História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
da Universidade Estadual de Campinas sob orientação
da Prata. Ora. Luzia Margareth Rago.
Este exemplar cOITesponde à redação final
da t~se defendida perante a Comissão
JuJgadofa em.!l5 /l2 /2005.
BA~CA
/"
Prnl1LDra. Luzia Margareth Rago (orientadora) ~1f0J\)\\j, \ ~ fI\ \Y.')-~.((I). .~l-)
\
Pwta. Dra.Tania Navano Swain
'J
Profa. Dra. Vera Hercília Faria Pacheco Borges
Profa. Ora. Maria Suely Kofes
Prota. Ora. Carmen Lucia Soares
SUPLENTES
Prata. Dra. Leila Mezan Algranti
Prota. Ora. Marilda lonta
Pro1'.Dr. Fáhio Lapes
DEZEMBRO / 2005
.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO IFCH – UNICAMP

Nogueira, Nadia
N689i “Invenções de Si e m Histórias de Amor : Lota Macedo
Soares e Elizabeth Bis hop” / Nadia Nogueira. - - Campinas,
SP : [s. n.], 2005.

Orientadora: Luzia Margareth Rago.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas,
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.

1. Soares, Lota de Macedo 1910-1967 . 2. Bishop,
Elizabeth, 1911-1979 . 3. Lesbianismo . 4. Feminismo. 5.
Cartas de amor. 6. M ulheres na literatura. 7. Subjetividade.
I. Rago, Luzia Margare th II. Universidade Estadual de
Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.
III.Título.

(sfm/ifch)

Palavras-chave em inglês (Keywords): Soares, Lota de Macedo
Bishop, Elizabeth, 1911-1979
Lesbianism
Feminism
Love-letters
Women in literature
Subjectivity

Área de Concentração: História Cultural

Titulação: Doutorado em História

Banca examinadora: Profa. Dra. Luzia Margareth Rago (orientador)
Profa. Dra.Tania Navarro Swain (membro)
Profa. Dra. Vavy Pacheco Borges (membro)
Profa. Dra. Suely Kofes (membro)
Profa. Dra. Carmen Soares (membro)
Profa. Dra. Leila Mezan Algranti (suplente)
Profa. Dra. Marilda Ionta (suplente)
Prof. Dr. Fábio Lopes (suplente)

Data da defesa: 15/12/2005

2
Para os meus pais Nega e Basílio, por me
ensinarem a enfrentar desafios.

3
4
AGRADECIMENTOS

Algumas pessoas não sabem agradecer quando ganham um presente, sentem-se
intimidadas diante da oferta, talvez por não se julgarem merecedoras. Considero que na
minha trajetória realizada nos últimos dez anos, fui beneficiada pelo encontro com pessoas
que transformaram radical e positivamente quase tudo que me rodeia.
Em um sábado chuvoso de 1993, eu estava sentada aguardando o início do curso
para professores das redes pública e particular de ensino de História, quando levanto os
olhos das minhas anotações e me deparo com uma bela mulher, de sorriso contagiante e
gestos expressivos. A História narrada por ela me fascinou desde o primeiro momento.
Tratava-se da professora Margareth Rago, para quem não tenho como agradecer, pois
ensinar alguém a sentir confiança em si mesma, levantar a cabeça e se colocar diante do
mundo não é algo que se possa agradecer, apenas reconhecer o quanto me transformou.
Obrigada por sua presença em minha vida.
No percurso desses desafios que me coloquei, encontrei outras tantas criaturas que
transformam tudo ao seu redor. A professora Tania Navarro Swain é uma dessas pessoas,
não passa incólume e persiste no seu ideal de "simplesmente querer mundo o mundo" e é
assim que procuro seguir as suas pegadas.
A descoberta recente de uma voz suave, que transmite segurança e coragem diante
das incertezas surgidas em nosso cotidiano, me fez querer trazê-la para compartilhar da
minha história. Por isso quero enfatizar o quanto à professora Vavy Pacheco Borges me
incentivou nos últimos passos do trajeto desse trabalho.

5
A professora Carmen Soares veio ao IFCH falar sobre imagem e movimento.
Lembro que foi inesquecível o trânsito dela entre Degas e Bruegel, desde aquele momento
eu a agradeço por fazer parte da minha vida.
Quando cheguei no IFCH há mais de uma década, lembro de uma professora que
andava rápido pelos caminhos tortuosos do Instituto e que teve a ousadia de, há uma
década, orientar um trabalho sobre a temática do homoerotismo feminino. Assim eu
agradeço à professora Suely Kofes por seu profissionalismo, fazendo sugestões e críticas
que tornaram este trabalho possível.
À professora Leila Mezan Algranti por todas as suas colocações na banca de
qualificação, observando o quanto devemos valorizar o nosso trabalho enquanto
pesquisadoras, certamente jamais me esquecerei disso.
A professora Marilda Ionta e ao professor Fábio Lopes que acompanharam o
percurso desse projeto desde o seu nascedouro tenho a dizer que não teria chegado até aqui
sem a presença de vocês neste trajeto.
Ao professor James Green, que incentivou a escrita desse trabalho na sua concepção
primeira, com sua clareza, seu discernimento, seu apoio pronto e decisivo nos momentos de
incerteza.
À professora Gabrielle Houbre que em suas viagens à Campinas teve a gentileza de
trazer vários artigos da Biblioteca Nacional de Paris, além do seu estímulo para concluir o
grande desafio da escrita desse texto.
Ao Júnior, Neide e Gil da secretaria de pós-graduação do IFCH que sempre me
trataram de maneira especial, jamais deixando de responder a um pedido ou a alguma
dúvida que me perseguia. A Cidinha, Magali, Marilza e Suely, funcionárias do Instituto que
me auxiliaram em tantos momentos desse percurso.

6
Aos funcionários do Arquivo Edgar Leuenroth, pela simpatia e paciência. As
funcionárias do Arquivo Carlos Lacerda da Universidade de Brasileira, que vibraram junto
comigo diante dos primeiros documentos encontrados. Aos funcionários do Arquivo do
Estado de São Paulo pelo interesse. As funcionárias do IPHAN no Rio, que permitiram
minha permanência no Instituto após o expediente. As funcionárias do Instituto de Estudos
Brasileiros da Universidade de São Paulo, pela orientação no trato com as cartas.
Alguns amigos estiveram diretamente presentes, como Andréa Nadai, pela novidade
do seu olhar, por tantas sínteses do mundo a cada instante refeitas.
À Luciana Gandelman, pela amizade alegre e pelas descobertas compartilhadas.
A Eunice de Piero, com quem aprendi o significado da expressão "amiga-irmã".
À Luciana Fujii, com sua sensibilidade voraz me percebendo a distância.
Às queridas Adriana Castanho e Adriana Rangel pelos cuidados com uma amizade
partilhada como uma família eletiva.
Às amigas Carolina Murgel, Luana e Paola pelo socorro nos meandros da
informática e da própria existência.
Aos amigos do doutorado da Unicamp com os quais compartilhei cursos e
momentos inesquecíveis nos corredores do Instituto: Álvaro Antunes, Daniel Faria, Eneida
Mercadante, Evandro Domingues, Glaydson José da Silva e Maria Cláudia Bonadio.
À Manuela da Silva por compartilhar da sua morada carioca e pelos caminhos
percorridos no Aterro do Flamengo.
Às entrevistadas no Rio de Janeiro que expuseram sua intimidade há tanto tempo
ocultada.
À minha numerosa família, que sempre me estimulou nas minhas escolhas pessoais,
me respeitando e permitindo que assumisse meus sonhos e meus desejos desde sempre. Aos

7
meus pais, Nega e Basílio, pessoas que estão para além desse mundo, pela maneira como se
doam aos que estão ao seu redor. Certamente são poucos os que agem à sua maneira.
Obrigada por terem me ensinado a seguir esse mesmo caminho.
Agradeço ao CNPq, pelo apoio financeiro durante os meses da pesquisa, sem o qual
este projeto não teria sido realizado. Ao FAEP-UNICAMP pelas bolsas de auxílio-viagem
em alguns congressos que participei durante esses anos.

8
Não se faz avançar o conhecimento sem, em um primeiro momento,
aumentar o desconhecimento, alargar as zonas de sombra, de
indeterminação, para avançar, é preciso antes de tudo renunciar a certas
evidências (...) que nos impedem de colocar questões, o que é senão a
única, mas ao menos a mais segura maneira de chegar às respostas.
Christine Delphy

9